A avaliação de projetos, planos e programas
das políticas públicas pode ser realizada em diferentes etapas e atender a
objetivos diversos sendo compreendida como “um processo que visa garantir a
eficiência na alocação de recursos, a eficácia e a efetividade das ações
governamentais.” (HEILBORN, ARAÚJO & BARRETO, 2010, p 127). Além disso, ela
é precedida por um conjunto de tarefas: traçar um perfil completo da intervenção; identificar a
finalidade da avaliação; a definição da estratégia metodológica e a seleção de
critérios adequados de avaliação. As avaliações podem ser classificadas segundo
o momento em que são realizadas: antes ou ex-ante;
durante a implementação; ex-post. Como exemplo, pode-se citar a implementação
do Projeto Mais Educação nas escolas. Inicialmente, é realizada uma avaliação
com toda a equipe escolar para verificar
se é possível ou não a realização do projeto na escola, considerando,
principalmente, “a pertinência do projeto em relação à realidade” (HEILBORN,
ARAÚJO & BARRETO, 2010, p. 129), sendo levantados dados quanto ao espaço
escolar, recursos disponíveis, público a ser beneficiado, diagnóstico escolar
(realizado através dos indicadores educacionais). Depois, com a implantação do
Projeto, é realizada a “avaliação de percurso”, objetivando “avaliar as
mudanças situacionais, isto é, estabelecer até que ponto se está cumprindo e
realizando o programa ou prestando um serviço de acordo com a proposta
inicial.” (HEILBORN, ARAÚJO & BARRETO, 2010, p. 129). A avaliação ex-post ainda não foi realizada em
nenhuma escola do município, pois o Projeto ainda não tem prazo para ser
finalizado (uma das críticas em relação ao Projeto, pois de nada adianta a
avaliação durante a implementação se não for possível realmente avaliar a eficiência do projeto e,
quando necessário, reavaliar as estratégias e
ações). Assim, não é possível,
neste caso, realizar uma avaliação de
impacto – aquela que olha para trás para verificar se o Projeto
funcionou ou não.
Há
também a avaliação de processo e a avaliação de resultados:
A primeira diz respeito à dimensão da gestão.
Sua finalidade é julgar se a intervenção está sendo implementada conforme
planejado, se a população-alvo está sendo atingida, se o cronograma está sendo
cumprido, se os recursos estão sendo usados com eficiência, etc. Trata-se,
enfim, do acompanhamento sistemático da evolução das metas do programa ou
projeto. A avaliação de resultados tem objetivos mais ambiciosos, sendo o
primeiro deles indagar se houve alterações na situação-problema após a intervenção.
(HEILBORN, ARAÚJO & BARRETO, 2010, p. 130)
A
avaliação final relaciona-se aos resultados alcançados por um projeto, programa
ou política de governo, “partindo do princípio de que a razão essencial do
projeto social é produzir mudanças em alguma parcela da realidade, solucionar
um problema social ou prestar um serviço a um determinado subconjunto
populacional” (HEILBORN, ARAÚJO & BARRETO, 2010, p. 131).
Neste
processo de implementação das políticas públicas com recorte em gênero e raça
torna-se relevante a criação de um sistemas de informação que apóie o processo
decisório nas práticas de gestão e
planejamento. Devido à hierarquização dos processos decisórios e das formas de
atuar sobre a realidade social, surge a necessidade de integrar os sistemas de
informação visando ao acompanhamento e avaliação dos resultados de um modelo de
gestão que preconiza a transparência das ações governamentais e o atendimento
das necessidades dos (as) usuários (as) de serviços públicos.
Nesta perspectiva, os
sistemas de informações sobre o desempenho das instituições/setores de governo
e dos resultados alcançados contribuem para a consolidação do processo de
democratização das relações entre Estado e sociedade, ampliando a participação
dos indivíduos e dos grupos nas decisões, e as possibilidades de conhecimento
(controle) sobre as formas e os limites da ação governamental no atendimento às
necessidades básicas da população. (HEILBORN, ARAÚJO & BARRETO, 2010, pp.
136-137)
A
avaliação do Plano Plurianual é realizada no final de cada exercício e busca a
identificação e superação das dificuldades encontradas. Isto é, a avaliação
permite tanto o conhecimento dos problemas de execução quanto a implementação
de ações que indiquem melhorias nas ações governamentais.
REFERÊNCIA
HEILBORN, M.L.; ARAÚJO, L; BARRETO, A.
(orgs). Gestão de
políticas públicas em gênero e raça/GPP-GeR: módulo 5. Rio de
Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.
Postado por Giovanna Carrozzino Werneck
Postado por Giovanna Carrozzino Werneck
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