quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Singela Reflexão sobre os avanços feministas

Realmente as mulheres conseguiram avanços em suas demandas sociais. Com isso, os homens se beneficiaram mais ainda! Antes havia uma divisão de funções e nela as mulheres não se prestavam a determinadas funções. Hoje, elas, aos poucos estão se introduzindo em todas as funções e atividades sociais. Mas, esse avanço da forma que esta 'desenhado' é bom para as mulheres? É boa dupla ou até mesmo tripla função? As lutas, melhor, os avanços sociais conseguidos, permitiram, na maioria esmagadora, apenas a inclusão das mulheres nas áreas da sociedade nas quais elas julgavam estar sendo discriminadas. Entendo que para inicio foi bom lutar por inclusão; isso já é realidade... Mas no ponto que estamos o foco, penso eu, deve ser mudado. Não se trata só de inclusão ou não discriminação; a questão precisa ir além, precisa voltar-se, nesse momento, para a mentalização de que homens e mulheres têm a mesma parcela de responsabilidade na sociedade! Entendo que a igualdade de condições que a luta feminista esta conseguindo fazer realidade, esta muito voltada, tão somente, para a não discriminação de gênero, e me parece que o principal objetivo é igualdade de funções, fazendo com mulheres ocupem as mais diversas atividades sociais. Desse modo busca-se a aceitação e a naturalização de que mulheres podem e devem ocupar as mais diversificadas funções sociais. O problema, no meu entendimento, é que essa nova naturalização social de funções não deixar de considerar as funções 'naturais' atribuídas a elas por conta do gênero. E a nós homens? Bem, foi 'pedido' para 'aceitarmos' que a mulher atue na política, trabalhe 'fora', dirija caminhões, seja pedreira, seja empresaria, seja independente, que divida a conta..., tudo sem deixar de considerar que ser dona de casa, ser mãe, ser dedicada e todas as demais atribuições inculcadas como 'naturais' devido ao gênero, são Invariavelmente de sua responsabilidade!
Acredito que os avanços conseguidos são essenciais, porém nesse momento não devemos lutar por aceitação e não discriminação tão somente. Incutir que igualdade não se refere somente à aceitação e à não discriminação; vai além, e talvez nesse momento, seja o ponto crucial; pressupõe responsabilidades iguais em toda e qualquer atividade social, acima de tudo superar de vez a noção de divisão social do trabalho baseado no gênero(homem/mulher).

Paulo Cesar S. Rodrigues
Aluno do curso de Pós graduação de Políticas Públicas Gêneero e Raça -UFES



referencia:
HEILBORN, Maria Luiza; ARAÚJO, Leila; BARRETO, Andreia (orgs). Gestão de políticas públicas em gênero e raça/GPP-GeR: módulo 2. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Novo Homem-Aranha é negro e de origem hispânica.

Postei essa novidade neste blog só para uma reflexão. Claro é uma grande vitória. Um herói do tamanho do Spider Man negro quebra muitos paradigmas, deixa um monte de gente com dor preconceituosa de cotovelo. Ouvi perto uma frase que me deixou abismado: "-só fizeram por causa do Obama...".


Mas meu objetivo é debater o seguinte tema: se o Homem-Aranha será negro - imagino - logicamente que a Mary Jane Watson será uma negra ou no mínimo hispânica. Estou muito curioso para ler como os malvados e terríveis inimigos do amigo numero um de Nova Iorque, farão essas violências contra a jovem que seria a donzela a ser defendida. Não sou contra a arte dos gibis, não sou contra o Homem-Aranha. Sou contra a má utilização das imagens  de negros e negras. Às vezes o que parece uma glória, por trás, pode ser também uma desgraça. Pensem nisso e vemos esperar quando sair esta revista de qualidade indiscutível.


Gostaria de deixar essas reflexões para serem debatidas. Penso que é uma faca de dois gumes.


Pedro Paulo Barbosa Carvalho - Grupo 3 - Cachoeiro de Itapemirim - ES
Marketeiro e Publicitário





segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pesquisa revela país rico em preconceito

     Dados estatísticos de fontes confiáveis são sempre bem-vindos ! Assim, em reportagem intitulada "Pesquisa Revela um País Rico em Preconceito",   do jornal A Gazeta, de 23 de julho, são relatados os resultados de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no dia anterior. Seguem alguns  dados:

* Para 63% dos entrevistados,  a cor da pele influencia na  vida, sendo o impacto maior no trabalho;
* Para 65%,   a cor e a raça repercutem no convívio social;
*`Para 68,3%, a cor e a raça interferem na relação com a justiça e a polícia.

     Em meio aos dados e  números citados, algumas vítimas do preconceito com ocupações diferenciadas ( manicure, juiz, vendedor de picolé, deputado estadual...) se manifestam nos depoimentos:  "Pessoas até me olhavam de lado.", " Acharam que eu poderia assaltar." , "A visão é de que negro não pode ascender.", "Era sempre o suspeito. ",  "Só quem já vivenciou sabe o impacto de uma atitude racista em sua vida." Este último depoimento me fez recordar as  frases: "Uns (umas) não veem o racismo e o sexismo que outros (as) vivem. Uns (umas) são considerados (as) mais iguais que outros (as)".
     A reportagem remete-nos ao mito de democracia racial (já relatado neste blog), pois expõe uma realidade que nós, brasileiros (as) insistimos em negar. Afinal, é mais fácil propagarmos o mito do que encararmos nossos preconceitos, atitudes racistas e nosso racismo velado.
     "Preconceito: quem disse que ele não existe no Brasil !"

Giovanna C. Werneck