Realmente as mulheres conseguiram avanços em suas demandas sociais. Com isso, os homens se beneficiaram mais ainda! Antes havia uma divisão de funções e nela as mulheres não se prestavam a determinadas funções. Hoje, elas, aos poucos estão se introduzindo em todas as funções e atividades sociais. Mas, esse avanço da forma que esta 'desenhado' é bom para as mulheres? É boa dupla ou até mesmo tripla função? As lutas, melhor, os avanços sociais conseguidos, permitiram, na maioria esmagadora, apenas a inclusão das mulheres nas áreas da sociedade nas quais elas julgavam estar sendo discriminadas. Entendo que para inicio foi bom lutar por inclusão; isso já é realidade... Mas no ponto que estamos o foco, penso eu, deve ser mudado. Não se trata só de inclusão ou não discriminação; a questão precisa ir além, precisa voltar-se, nesse momento, para a mentalização de que homens e mulheres têm a mesma parcela de responsabilidade na sociedade! Entendo que a igualdade de condições que a luta feminista esta conseguindo fazer realidade, esta muito voltada, tão somente, para a não discriminação de gênero, e me parece que o principal objetivo é igualdade de funções, fazendo com mulheres ocupem as mais diversas atividades sociais. Desse modo busca-se a aceitação e a naturalização de que mulheres podem e devem ocupar as mais diversificadas funções sociais. O problema, no meu entendimento, é que essa nova naturalização social de funções não deixar de considerar as funções 'naturais' atribuídas a elas por conta do gênero. E a nós homens? Bem, foi 'pedido' para 'aceitarmos' que a mulher atue na política, trabalhe 'fora', dirija caminhões, seja pedreira, seja empresaria, seja independente, que divida a conta..., tudo sem deixar de considerar que ser dona de casa, ser mãe, ser dedicada e todas as demais atribuições inculcadas como 'naturais' devido ao gênero, são Invariavelmente de sua responsabilidade!
Acredito que os avanços conseguidos são essenciais, porém nesse momento não devemos lutar por aceitação e não discriminação tão somente. Incutir que igualdade não se refere somente à aceitação e à não discriminação; vai além, e talvez nesse momento, seja o ponto crucial; pressupõe responsabilidades iguais em toda e qualquer atividade social, acima de tudo superar de vez a noção de divisão social do trabalho baseado no gênero(homem/mulher).
Paulo Cesar S. Rodrigues
Aluno do curso de Pós graduação de Políticas Públicas Gêneero e Raça -UFES
referencia:
HEILBORN, Maria Luiza; ARAÚJO, Leila; BARRETO, Andreia (orgs). Gestão de políticas públicas em gênero e raça/GPP-GeR: módulo 2. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.
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