Os estudos que tratam das questões raciais no Brasil estão divididos, de acordo com Nogueira (1979), em três correntes: a corrente afro-brasileira, a dos estudos históricos e a corrente sociológica, cada qual trazendo, de acordo com suas especificidades, suas concepções e definições de racismo e preconceito. Este mesmo autor traz uma contribuição para a compreensão do preconceito, caracterizando-o como: preconceito racial de marca e de origem:
Considera-se como preconceito racial uma disposição (ou atitude) desfavorável, culturalmente condicionada, em relação aos membros de uma população, aos quais se tem como estigmatizados, seja devido à aparência, seja devido a toda ou parte da ascendência étnica que se lhes atribui ou reconhece. Quando o preconceito de raça se exerce em relação à aparência, isto é, quando toma por pretexto para as suas manifestações os traços físicos do indivíduo, a fisionomia, os gestos, o sotaque, diz-se que é de marca; quando basta a suposição de que o indivíduo descenda de certo grupo étnico, para que sofra as conseqüências do preconceito, diz-se que é de origem. (NOGUEIRA, 1979, p. 78-79)
Considerando as diferenças dos preconceitos raciais de marca e de origem, destaca-se a questão da carga afetiva, em que, segundo o autor, o preconceito de marca tende a ser mais intelectivo e estético, enquanto o de origem tende a ser mais emocional e mais integral.
· REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NOGUEIRA, O. Tanto preto quanto branco: estudos de relações raciais. São Paulo: T.A. Queiroz, 1979.